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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Criança e Consumo: Sapatos de pano contra o vazio de afetos

Como na antiga lenda, vieram as pomposas estratégias do marketing, em suas carruagens douradas de sedução, propondo-se a oferecer às crianças um mundo de maravilhas e tratando de atirar ao fogo as criações. Mas atenção: há meios de construir outra infância

Maria Helena Masquetti

(29/06/2008)

Ao olhar uns sapatos em uma vitrine, veio-me à mente uma antiga lenda. Embora a tenha escutado em diferentes versões desde a infância, uma delas me incita a reconstruí-la voltada para esta sensação de vazio da qual cada vez mais pessoas se queixam.

Aurora era uma menina pobre que não tinha sapatos. Criada pela avó, não demorou muitos anos para que se visse completamente sozinha no mundo. Arqueada pelo peso do tempo, a velha senhora se foi, não antes de transmitir à neta tudo quanto sabia sobre seu ofício de costurar. Para não sobrecarregar a menina com o peso das responsabilidades adultas, a sábia senhora começou por ensinar a pequena a confeccionar sapatinhos para as nove bonecas que lhe fizera, uma para cada aniversário. Na perspectiva da arte, uma mais linda que a outra. Na perspectiva do afeto, presentes que não tinham preço. Por ser ainda criança para trabalhar, em troca da proteção que recebia de todos, Aurora encantava a aldeia com sua radiante alegria. Com o tempo, seus pés, inchados de tanto brincar e dançar, reclamaram melhores cuidados. Por não ter onde conseguir sapatos, abriu seu baú de idéias e eles estavam lá. Aurora confeccionou a mão, recordando a arte da avó, um par de sapatos de pano. Os retalhos jazidos nos cestos da velha costureira renasceram em uma combinação singular de detalhes, cores e flores, dando ao saltitar de Aurora um toque de fantasia.

Certa tarde, porém, chegou em uma carruagem dourada uma velha e rica senhora. Adotada pela idosa, Aurora não estava mais só. Cercando-a de todo o conforto, a primeira coisa que a mulher execrou foram os sapatinhos de pano, atirando-os logo ao fogo. Depois de muito chorar pela perda, Aurora, enfim, consolou-se. Levando-a a uma loja moderna, a idosa permitiu que a menina escolhesse o mais luxuoso sapato. Havia um magnífico, vermelho, todo em verniz reluzente. Extasiada, Aurora calçou os sapatos e logo se pôs a dançar. E saiu pelas ruas dançando em ritmo acelerado. Porém, quando quis descansar, percebeu que não era por sua vontade própria que dançava, mas sim pela determinação dos sapatos vermelhos. E foi assim que, com os sapatos fundidos aos pés, seguiu dançando noite e dia, exaurindo suas últimas forças naquela coreografia de morte. Para não me alongar na história, Aurora recorreu a um carrasco, habitante de uma floresta lá perto, pedindo-lhe que decepasse seus pés. E foi o que o homem fez, salvando-lhe a vida enquanto os pés nos sapatos saíram dançando mundo afora com vistas a nunca parar.

Concordo que a lenda seja aterrorizante. Foi o que senti quando criança, razão pela qual tratei logo de imaginar um final mais promissor para Aurora, um que talvez faça sentido hoje com a questão do consumo na infância. Assediadas por tantos brinquedos e produtos sofisticados, fora o bombardeio de anúncios chamando sua atenção, nossas crianças parecem não saber mais como brincar de verdade. O tempo que levavam antes criando seus próprios brinquedos de “pano”, levam agora seguindo as instruções impressas nas embalagens e tentando encaixar as pilhas no carrinho eletrônico ou na boneca falante de frases repetitivas. Como os sapatinhos vermelhos de verniz, os brinquedos ultra-equipados já vêm brincando sozinhos. Antes desses avanços, pelo som do “brrumm” que as crianças emitiam, forjando o ronco do motor, e pelo combustível da inventividade que injetavam na brincadeira, o carrinho feito a mão pelo avô largava em alta velocidade. Pulando barreiras, subindo montanhas, atravessando rios e até voando sobre as cidades, era literalmente o veículo que as levava ao futuro. Mas vieram as pomposas estratégias do marketing, em suas carruagens douradas de sedução, propondo-se a oferecer às crianças um mundo de maravilhas e tratando de atirar ao fogo as criações infantis.

Pouco a pouco, sem perceber, os pais deixam que os filhos embarquem na carruagem furada da ânsia de consumir

Tal como Aurora, as crianças não têm maturidade mental e nem física para acreditar em si mesmas e para entender que a verdadeira identidade está no gesto espontâneo e na contribuição única de cada um. Acreditando naquilo que ouvem e vêem, elas se tornam presas fáceis da ganância comercial. E não é bom que os pequenos desconfiem das manobras mercadológicas. Saber disso antes do tempo compromete a beleza de sua inocência, embotando-lhes a imaginação na qual a produção de brinquedos é uma história sem fim. Porém, não sabendo mais sobreviver sem TV, sem shoppings, sem marcas e sem brinquedos dos quais logo mais vão se enjoar, cada vez mais crianças se deixam levar nessa dança do “quero isso e aquilo também”, que os pais já não sabem como deter. Pouco a pouco, e sem perceber, perdem a certeza de dizer “não” aos desmandos mercadológicos, acreditando que o melhor para os filhos é deixar que embarquem na carruagem furada da ânsia de consumir. Se aos pais é tão difícil resistir ao assédio de tantas mensagens envernizadas de afeto, quanto mais para as crianças. Se não forem protegidas a tempo, um dia, quando elas tentarem voltar ao que eram e procurarem as saídas que tinham dentro de si, as portas poderão estar fechadas, e o carrasco da dependência terá decepado sem dó as bases de sua autonomia.

Talvez por este prognóstico assustador, criei um final mais feliz para a lenda. Depois que o carrasco amputou os pés de Aurora, ela saiu rastejando de volta à aldeia onde todos a acolheram curando suas feridas. Não podendo mais retribuir os cuidados com sua alegria de antes, retomou o baú de retalhos que herdara da avó e pôs-se a confeccionar sapatinhos para as outras crianças vizinhas. Certa tarde, porém, sentindo a falta de quem ela era e de seus sapatinhos de pano, atreveu-se a calçar nos cotos doídos um modelo que havia acabado de confeccionar. Sentiu um conforto tão grande que manteve os sapatinhos ali a aquecer-lhe as bases ceifadas, adormecendo de tanto chorar.

Ao raiar da manhã seguinte, gritou o quanto pôde até se convencer de não estar ainda sonhando: seus pés haviam brotado de novo, sob medida para o sapato de pano. E a menina voltou a brincar e dançar, recuperando a espontaneidade e o modo genuino de ser. Pena não termos mais a ingenuidade criança de atribuir à fantasia um caráter de realidade para crermos, ao pé da letra, num final tão feliz assim. Em compensação, temos, na consciência adulta, razões para crer que a recuperação da auto-estima é possível. Neste caso, a magia é o amor e a confiança dos pais e responsáveis naquilo que sabem e podem fazer para preencher nos filhos o vazio causado pela compulsão consumista. Que abrindo o baú das lembranças, eles juntem os retalhos de sabedoria legados pelos mais velhos, relançando a moda de acreditar no ser em lugar da preocupação com o ter. Que resistindo ao chamariz das vitrines, fujam com suas crianças para as bibliotecas, para os jardins e praças ou para o porto seguro das conversas em volta da mesa, recuperando o papel protetor e abrindo espaço para brilhar uma aurora de paz e esperança na vida de nossas crianças.

Mais:

Maria Helena Masquetti assina, no Caderno Brasil, a coluna Consumo & Direitos.

sábado, 17 de maio de 2008

Brasil perde um dos maiores símbolos da culinária afro-baiana


Quem nunca ouviu falar em Dinha do Acarajé? Quem já visitou a cidade de Salvador, na Bahia, sabe que um dos pontos turísticos de parada obrigatória é seu restaurante localizado no Largo de Santana, no bairro Rio Vermelho.

Umas das principais atrações da Bahia, com os acarajés e abarás mais famosos do Brasil, Lindinalva de Assis, a Dinha, faleceu na madrugada desta sexta-feira, aos 56 anos. Perto de completar mais um ano de vida, no próximo dia 20, Dinha estava internada há seis dias com dispnéia e virose, mas ontem, com uma nova crise, teve uma parada cardíaca. Dinha sofria de diabete e hipertensão.

Os encontros de fim de tarde no Largo de Santana perderam um pouco do agito, mas não o encanto de quem fez da vida uma história.

O velório e enterro acontecem no Cemitério Jardim da Saudade. O sepultamento acontece hoje, às 16h30. Deixa três filhos: Cláudia, 38; Edvaldo, 37; e Elaine, 26.






História da Dinha

Homenageada e cantada em prosa e verso, essa baiana demonstrou força, coragem e superação desde menina.

Nascida em 20 de maio de 1951, batizada como Lindinalva de Assis, Dinha perdeu sua mãe, Rute de Assis, e também quituteira, ainda aos quatro anos. Foi então, criada por sua avó Ubaldina, pioneira na arte do acarajé.

Ubaldina iniciou a venda de acarajé em 1944, colocando um tabuleiro de baiana em frente à entrada da Igreja-Matriz, no Largo de Santana, local de agito e de destaque do Rio Vermelho.

Após a morte da sua mãe, Rute, que havia sucedido a avó Ubaldina no tabuleiro, Dinha, ainda aos 10 anos, percebendo que o sustento da família estava comprometido com a ausência das vendas dos acarajés, decidiu assumir o ponto de quitutes da mãe, tornando-se referência para a família e sociedade.

Ao longo dos anos, consolidou a competência e qualidade do seu trabalho ficando conhecida em toda a Bahia. Mas não foi só isso. Por seu tabuleiro já passaram Chico Buarque, Dercy Gonçalves, Chacrinha, Ayrton Senna, além de fiéis clientes, como Jorge Amado, Zélia Gattai, Dorival Caymmi, Moraes Moreira e outros de uma imensa lista. Já esteve também na Argentina, Paraguai, Portugal, Espanha, Itália, Suíça, França e Mônaco. Neste último, até o príncipe Rainier conheceu o seu tabuleiro e suas filhas, as princesas do Mônaco, adoraram os acarajés.

Na continuidade da tradição de família, a filha Cláudia, que há algum tempo já estava substituindo a mãe, deve agora seguir assumir de vez a Casa da Dinha, inaugurada em 1999, o quartel-general, onde concentrou todas as atividades culinárias. Trata-se de um restaurante especializado em pratos típicos, com temperos e condimentos exclusivos da Dinha, herdados do receituário da avó Ubaldina.

E assim, a família Assis prosseguirá, passando de geração a geração uma arte e um exemplo de mulher, de símbolo, de baiana, de guerreira.

Marcus Bennett - ACS/FCP "Brasil perde um dos maiores símbolos da culinária afro-baiana" (16/05/2008 - 11:29)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

CONCEIÇÃO OLIVEIRA, autora da coleção LER O MUNDO- HISTÓRIA


Maria da Conceição Carneiro Oliveira, autora da coleção LER O MUNDO- HISTÓRIA, editora Scipione é também a responsável pela manutenção do conteúdo do blog LER O MUNDO- HISTÓRIA.

E-mail: maria.c.car.oliveira@gmail.com



Formação:
Pós-Graduação (lato sensu): IFCH- História Social- UNICAMP
Bacharelado: História - FFLCH- USP;
Licenciatura: Faculdade de Educação- USP;
Graduanda: Pedagogia - Faculdade de Educação- USP


Experiência na área de Educação:
Vinte e cinco anos de magistério (Ensino Fundamental; Médio e Formação de professores); revisora e examinadora de provas e bancas de vestibulares de duas importantes universidades paulistas (pública e privada);

Experiência na área de Cultura:
Divisão de Iconografia e Museus do DPH- Prefeitura de São Paulo (1990-1992).

Assessoria:
SECAD/MEC/UNESCO (área de educação para as relações étnico-raciais) (2005-2006).
TV-Brasil/Baboon Filmes (consultoria e produção para a série Revista África)

Produção Didática:
Cadernos Eletrônicos (10 vol.). CIDEC/ Escola do Futuro/USP, Gov. do Estado de São Paulo; Imprensa Oficial, 2003/2004.
Pensar e Construir História. (1ª a 4ª séries), Ed. Scipione; 2004; (Guia PNLD-2004).
Pensar e Construir Geografia. (1ª a 4ª séries), Ed. Scipione, 2004; (Guia PNLD-2004).
História- Paratodos. (1ª a 4ª séries), Ed. Scipione (Prêmio JABUTI 2005); (Guia PNLD-2007).
História em Projetos. (5ª a 8ª séries), Ed. Ática, 2007. (Guia PNLD-2008) Melhor avaliação entre as aprovadas e Prêmio JABUTI 2008.
Projeto Porta Curtas
Perfil da autora Conceição Oliveira no projeto Porta Curtas

Pareceres pedagógicos:
A velha a fiar- (vídeo) (parecer pedagógico)
Cartas a mãe- (vídeo) (parecer pedagógico)
Cachorro Louco- (vídeo) (parecer pedagógico)
Criaturas que nasciam em segredo- (vídeo) (parecer pedagógico)
Metamorfose- (vídeo) (parecer pedagógico)
Rua da Escadinha 162- (vídeo) (parecer pedagógico)
A Invenção da Infância- (vídeo) (parecer pedagógico)
Pequenos tormentos da vida (vídeo) (parecer pedagógico)

PRÊMIOS
Prêmio Jabuti 2005 na categoria Didático e Paradidático Ensino Fundamental e Médio* pela coleção Paratodos-História, Editora Scipione;

Prêmio Jabuti 2008 na categoria Didático e Paradidático Ensino Fundamental e Médio pela coleção História em Projetos, Editora Ática.


*Obras destinadas ao ensino de qualquer disciplina do currículo escolar, publicadas em primeira edição, não sendo aceitas edições revistas ou atualizadas. São considerados como:
a) didático: obra essencialmente pedagógica;
b) paradidático: obra não-pedagógica utilizada para esse fim.

Conhecendo a biblioteca popular do bairro do Calabar, Salvador, Ba

Vídeo produzido durante a reforma da biblioteca do Calabar, Salvador, Bahia. O vídeo retrata a despedida de jovens canadenses que fizeram intercâmbio para conhecer a comunidade do Calabalar e contribuíram na reforma da biblioteca.
Calabar, Salvador, Bahia, novembro de 2007.

Aqui um belo relato do advogado Valci Barreto sobre sua visita a esta biblioteca comunitária
Aqui Iuri Rubim fala dos serviços desta biblioteca

jogos e brincadeiras com nomes

Jogos e brincadeiras com nomes e alfabeto


Jogo da caixa com nomes
Material: fichas com os nomes das crianças e três caixas de sapato.
Finalidade: Terminar primeiro os nomes da caixa.
Números de participantes: Total de alunos divididos em três grupos.
Regras:

*
Organizar as crianças em três filas e deixar uma caixa na frente de cada fila.
*
Cada caixa deverá conter os nomes das crianças daquela fila.
*
Dado um sinal, na ordem da fila, cada criança procura seu nome na caixa e, encontrá-lo, corre para o final da fila permitindo que o seguinte prossiga o jogo.
*
Ganha a competição o grupo que terminar primeiro.

Variação: Encontrar na caixa o nome do colega que está atrás.




Atravessando o rio


Material: desenhar no chão a paisagem de um rio. Confeccionar fichas em forma de pedras com os nomes.

Finalidade: atravessar o rio lendo todos os nomes.

Número de participantes: toda turma dividida em dois grupos.

Regras:

*
Convidar um aluno de cada grupo para atravessar o rio sem cair.
*
Os alunos deverão atravessar o rio lendo os nomes que estão escritos nas pedras.
*
Os outros componentes do grupo poderão ajudar quando houver dificuldade.
*
Aquele que errar, cai no rio e se afoga, perdendo ponto o seu grupo.
*
O aluno que pular todas as pedras, sem cair, ganha ponto para o seu grupo.

Variação: A professora dita os nomes e os alunos escrevem nas pedras.

Caracol do Alfabeto

Material: Desenho no chão de um caracol bem grande com todas as letras do alfabeto. Confeccionar um dado grande com caixa de papelão.

Finalidade: Chegar primeiro no final do caracol.

Número de participantes: todos os alunos.

Regras:

*
Fazer uma fila na entrada do caracol.
*
O primeiro da fila lança o dado e anda a quantidade correspondente ao número do dado.
*
A professora faz perguntas para toda turma: Que letra é essa? Tem algum aluno na nossa turma que começa com essa letra? Quem? Que outras coisas também começam com essa letra?
*
Repetir o procedimento com todos.
*
Vence o jogo quem chegar primeiro no final do caracol.

Variação: Cada aluno procura a casinha com a primeira letra do seu nome e se coloca dentro dela. Fazer perguntas do tipo: Em qual casinha do caracol está o Bruno? Qual casinha vem antes da casinha da Lidiane? Por quais casinhas a Eliane precisa passar para chegar na casinha da Jaiane?...

Caixinhas com nomes

Material: Caixinhas de fósforos encapadas com a foto dos alunos coladas em cima, e dentro as letras que formam o nome daquele aluno. Papel ofício.

Finalidade: Formar e fazer análise grafofônica dos nomes.

Brincadeiras: Bingo do nome.

Números de participantes: alunos divididos em grupos.

Regras:

*
Cada grupo escolhe as caixinhas que preferem.
*
Formar os nomes dos colegas com as letras que estão dentro da caixinha.
*
Depois registrar no papel o nome formado, a primeira letra, a quantidade de letras que foi preciso para formar o nome e a quantidade de vezes que abrem a boca para falar aquele nome.
Sugestões da professora da rede estadual do Rio de Janeiro, Lucimar Britto

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BINGO DE NOMES

Materiais: papeis, cartolina, caixa e caneta.
Escreva na cartolina as letras do alfabeto, recorte e coloque na caixa.
Entregue um pedaço de papel a cada aluno e peça para que cada um coloque seu nome.
Chamar as letras e começar a brincadeira.
Marcar as letras sorteadas que tiver na sua cartela.
Ganha o aluno que marcar as letras sorteadas primeiro.
Através da dinâmica o aluno compreende as letras do alfabeto.

Veja mais sugestões aqui


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Sobre o novo acordo ortográfico

Há divergências entre necessidade de mudança, prazos e conseqüências

Publicado em 10/04/2008 - 13:00

Por Lilian Burgardt

"Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro."

(Pronominais - Oswald de Andrade)

Logo depois da independência do Brasil, os escritores diziam que não bastava que houvesse uma independência política de Portugal, era preciso também estabelecer uma independência cultural. Por isso, o Brasil nunca reconheceu a autoridade lingüística de Portugal. As divergências ortográficas foram ocorrendo e, desde 1924, procura-se uma ortografia comum.

Em 1945, chega-se a um acordo de unificação, que se tornou lei em Portugal no mesmo ano. No entanto, como o Parlamento Brasileiro não o ratificou, a ortografia brasileira continua a ser regida pelas disposições de 1943.


Já no início do século XX, escritores modernistas criticavam nossa língua portuguesa. As divergências cresciam sobre como falavam e escreviam os brasileiros e a discrepância da língua falada por um povo colonizado por portugueses, mas que com o passar dos anos desenvolveu um idioma próprio. O tempo e as divergências culturais dos povos só aumentaram as diferenças entre a nossa língua e a tradicional língua portuguesa. Extraiu-se a letra C de "objectos" e as tremas da "saüdade", por exemplo. Sem que, para o nosso povo, elas fizessem tanta falta assim.

Para especialistas, as línguas portuguesas (Português Brasil e Português Portugal) são gêmeas não idênticas que dificultam a difusão internacional do idioma. Os documentos dos organismos internacionais que adotam o português como língua oficial precisam ser duplicados, pois devem ser publicados numa e noutra ortografia. A certificação de proficiência de língua portuguesa não pode ser unificada. Os materiais didáticos e os instrumentos lingüísticos, como dicionários e gramáticas, produzidos numa ortografia não servem para países que adotam a outra e assim sucessivamente.

Esses motivos levaram Brasil e Portugal, em 1990, a propor um acordo de unificação ortográfica que até hoje, porém, não pôde ser cumprido em virtude das divergências dos dois países em relação aos itens propostos. Para Portugal, o Brasil sugere um modelo que descaracteriza a língua portuguesa, já que a maior parte das regras a serem adotadas após a reforma parte do idioma utilizado pelos brasileiros. Para o Brasil, Portugal adota uma postura inflexível em virtude das pressões de nacionalistas que querem polemizar o acordo ao alegar que o Brasil teria interesse político por trás da reforma, quando pensam em enriquecimento da cultura por meio de uma ampla difusão do idioma.

Legalmente, todas as mudanças que buscam unificar o registro escrito nos oito países que falam português - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal - já poderiam estar em vigor. Isso porque o que foi firmado internacionalmente é que, se três países assinassem o acordo, ele poderia entrar em vigor. A medida já foi ratificada por Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, o último, em dezembro de 2006. O Brasil foi o primeiro a ratificar o acordo, em 2004.

No último dia 26 de março, a COLIP (Comissão de Língua Portuguesa) - órgão ligado ao MEC (Ministério da Educação) que responde pela unificação da ortografia da língua no país - decidiu que já esperou o bastante pela resposta de Portugal e enviou uma proposta ao governo para que a reforma ortográfica entre em vigor em 1º de janeiro de 2009. O período de transição entre a norma lingüística atual e a nova seria de três anos. A medida precisa ainda passar por avaliação dos ministros da Educação, da Cultura e das Relações Exteriores para seguir para sanção presidencial.

É verdade, porém, que mesmo em território nacional, especialistas em lingüística e membros da própria COLIP divergem em relação aos termos em que a mudança é apresentada. Discute-se a real necessidade da unificação da ortografia da língua mediante à recusa de Portugal e, também, em decorrência das conseqüências econômicas e educacionais para o país, visto que seria necessário dispor de grandes recursos para reeditar o material didático distribuído nas escolas, além de gerenciar o ônus de reeducar os jovens recém-alfabetizados sob as antigas regras.

Na opinião do especialista em lexicografia e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), Evanildo Bechara, a reforma ortográfica propõe uma unificação da ortografia da língua portuguesa que servirá não só para facilitar a tradução de documentos oficiais, como também de incluir o idioma em um cenário mais amplo em âmbito internacional. Hoje, segundo dados da CPLP (Comissão dos Países de Língua Portuguesa), o Português é a 6ª língua mais falada no mundo. "Com a unificação, ela poderia atingir patamares ainda mais altos. Além disso, facilitaria o intercâmbio cultural entre os países de origem lusófona e o interesse da comunidade internacional por nosso idioma. Isso valorizaria a língua portuguesa como idioma de uma cultura superior", acredita Bechara.

O especialista defende ainda que a unificação da escrita da língua portuguesa é um importante passo em termos de difusão de obras literárias produzidas nos países lusófonos. "A unificação significaria uma economia na edição de livros, pois não seria mais necessário editar uma versão para cada idioma. Além disso, a medida serviria de estímulo para que os países da comunidade se interessassem pela literatura alheia, mais acessível e de fácil compreensão se escritas em um idioma único", aposta ele.

No último dia 5 de abril, em comunicado divulgado pela agência lusa, porém, a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros de Portugal) condenou o novo acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa. "Ainda não é tarde demais - assinala - para se evitar uma catástrofe, pois, certamente, o acordo ortográfico não serve a Portugal". Na opinião da associação, "ao contrário do que é dito pelos defensores do acordo ortográfico, não se considera a aproximação das diversas variantes do Português, mas sim a consagração das diferenças naquilo que é fundamental - a sintaxe, a semântica e o vocabulário -, com clara vantagem para a variante do Brasil".

Ao tomar como referência as obras analisadas, editadas no Brasil e em Portugal, o estudo refere que, "identificadas as alterações, os aspectos facultativos e os casos de dupla grafia, torna-se gritante a manutenção das diferenças frasais e vocabulares e a ordem dos elementos entre as variantes do Português de Portugal e do Brasil, situações estas a que o acordo ortográfico não responde". Ainda, ao terminar o manifesto, a APEL apontou que Portugal perderá parte da sua identidade, pois o meio internacional reconhecerá apenas o Português como o português do Brasil.

Bechara acredita que a negativa lusitana decorre da pressão de nacionalistas que tentam atribuir ao Brasil o desejo de se sobressair a Portugal em relação às novas regras ortográficas. "Tem muita gente desavisada dizendo que o Brasil quer ser a primeira voz a comandar o destino da língua portuguesa. Isso não passa pela cabeça de ninguém, até porque, uma língua não se faz pelo número de falantes, mas pelo seu nível cultural. Há muita gente que pensa que Portugal ceder ao Brasil significaria ceder prestígio internacional, já que seria um demérito para os portugueses escrever da mesma forma que os brasileiros, quando na verdade isso só enriqueceria a cultura da língua. Não há demérito para nenhum canadense escrever o francês como escreve um parisiense e vice-versa. Isso significa que a língua tem unidade cultural. Por essa razão creio que as críticas à unificação são vazias e pautadas no preconceito", declara ele.

Por outro lado, Bechara acredita que as vantagens creditadas à proposta de unificação da língua portuguesa só têm validade na medida em que todos os países da comunidade assinem o acordo, o que inclui Portugal. Membro da COLIP (Comissão de Língua Portuguesa) - entidade que se mostrou a favor da adesão da reforma mesmo sem Portugal - Bechara discorda que o Brasil deva levar a proposta adiante caso o acordo com o Portugal não se concretize. "Não há sentido em propor uma unificação uma vez que Portugal, país que junto ao Brasil desenhou a proposta de unificação, não aceita as regras. A unificação só faz sentido se todos os países estiverem de acordo", opina Bechara.

Também membro da COLIP, a professora Stella Maris Bortoni, discorda de uma reforma ortográfica sem o consentimento de Portugal. "Creio que o propósito da unificação é justamente o de aproximar os povos, não de desunir. O MEC, por sua vez, por meio da COLIP, entende que já esperou tempo suficiente para obter uma resposta de Portugal. Agora, a expectativa é que a reforma seja levada adiante. Na minha opinião, não há dúvida de que ela entre em vigor a partir de janeiro de 2009, até porque outros dois países da comunidade lusófona já assinaram o acordo", explica Stella.

Conseqüências

Na opinião da professora da Uniara (Centro Universitário de Araraquara) Júlia Maria De Oliveira Santos Gorla, que é também diretora de uma escola de Língua Portuguesa, a reforma apresenta problemas, apesar de propor mudanças que ela considera interessantes para a língua, como a extinção definitiva do trema e a subtração do acento circunflexo para verbos no plural como, por exemplo, crêem e vêem, além da inclusão das letras 'k', 'w' e 'y', no alfabeto português.

"Por um lado, a reforma extingue regras obsoletas, o que facilita a grafia das palavras e, conseqüentemente, seu aprendizado. Ela inclui no alfabeto letras que não faziam parte. Temos crianças cuja inicial do nome não está no alfabeto, isso sem contar os estrangeirismos adotados em nosso país. No entanto, se formos pensar em termos de custo benefício, teremos um gasto imensurável de reedição de material já publicado (dicionários, livros de gramática, etc). Para aquilo que a reforma irá mudar, me questiono se o esforço é válido", diz Júlia.

Bechara reconhece os custos com reedição de livros e material didático, mas alega que toda e qualquer alteração no idioma ou nos processos de ensino tem um custo. "Não dá para pensarmos em evolução sem custos," diz. Stella completa ao dizer que o MEC não vai propor a mudança de uma hora para outra. Haverá um prazo para as editoras se adequarem à nova regra. Enquanto isso, também haverá um período em que os livros antigos continuarão valendo. Daí para frente caberá as editoras produzir materiais novos para atender as necessidades do País", afirma.

De acordo com a COLIP, a partir de janeiro de 2009 todos os textos produzidos já devem ser escritos na nova norma (veja, no rodapé da matéria, o que muda na língua). Vestibulares, concursos e avaliações deverão aceitar as duas regras como corretas até 31 de dezembro de 2011. Os livros didáticos distribuídos pelo governo de 2009 para o Ensino Médio poderão estar escritos na norma antiga. Como a compra de livros não acontece todos os anos para todas as séries, espera-se que os estudantes do Ensino Médio possam utilizar a norma atual até 2011. Já os estudantes do Ensino Fundamental deverão receber material didático adaptado às normas do acordo ortográfico a partir de 2010.

Segundo a gerente executiva da Abrelivros (Associação Brasileira das Editoras de Livros) - representante das editoras de livros educacionais -, Beatriz Gellet, a entidade não pretende promover nenhum boicote à reforma ortográfica. Como se trata de uma medida governamental, a associação deverá acatá-la, mas em reunião realizada na última quarta-feira, 9 de abril, os membros da Abrelivros se mostraram preocupados com relação ao prazo estabelecido pelo MEC para a adaptação das publicações.

A Abrelivros considera o prazo inviável e pretende discutir com o ministério a possibilidade de seu prolongamento. "É preciso esclarecer que o processo de produção de um livro é demorado. Não existe corretor ortográfico que possa acelerar o processo de revisão. Se os livros tivessem de ser entregues de acordo com a nova norma, em 2010, eles precisariam ser revistos a partir de agora. No entanto, será um trabalho minucioso de revisar página por página e observar as exceções à regra. Não somos contra a reforma, só queremos prazo para executar o trabalho da melhor maneira possível e não a 'toque de caixa'", explica Beatriz.

Ela afirma que a Abrelivros ainda não tem como mensurar os gastos para a reedição de livros didáticos, nem o impacto da nova medida na venda das publicações, ainda que defensores da reforma acreditem que a unificação da língua irá aumentar as vendas dos livros brasileiros. "Tudo ainda é muito novo, não dá para fazer qualquer afirmação sem uma pesquisa", diz.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) informa que ainda não tem um parecer oficial sobre a reforma ortográfica e, portanto, não pode opinar sobre as conseqüências da adoção da unificação ortografia da língua portuguesa.

(Confira na tabela abaixo dados da pesquisa sobre o mercado editorial brasileiro entre 1990 e 2006 realizada pela CBL - Câmara Brasileira do Livro e pelo SNEL - Sindicato Nacional dos Editores de Livros)


PRODUÇÃO
(1º edição e reedição)

VENDAS

Ano

Títulos

Exemplares

Exemplares

Faturamento (R$)

1990

22.479

239.392.000

212.206.449

901.503.687

1991

28.450

303.492.000

289.957.634

871.640.216

1992

27.561

189.892.128

159.678.277

803.271.282

1993

33.509

222.522.318

277.619.986

930.959.670

1994

38.253

245.986.312

267.004.691

1.261.373.858

1995

40.503

330.834.320

374.626.262

1.857.377.029

1996

43.315

376.747.137

389.151.085

1.896.211.487

1997

51.460

381.870.374

348.152.034

1.845.467.967

1998

49.746

369.186.474

410.334.641

2.083.338.907

1999

43.697

295.442.356

289.679.546

1.817.826.339

2000

45.111

329.519.650

334.235.160

2.060.386.759

2001

40.900

331.100.000

299.400.000

2.267.000.000

2002

39.800

338.700.000

320.600.000

2.181.000.000

2003

35.590

299.400.000

255.830.000

2.363.580.000

2004

34.858

320.094.027

288.675.136

2.477.031.850

2005

41.528

306.463.687

270.386.729

2.572.534.074

2006

46.026

320.636.824

310.374.033

2.880.450.427

Fonte: SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e CBL (Câmara Brasileira do Livro)

Outra crítica da professora da Uniara em relação à reforma parte da preocupação com os alunos recém-alfabetizados pela atual regra ortográfica adotada pelo Brasil. Na opinião dela, seriam estes alunos os mais prejudicados, pois teriam pouco tempo de conhecimento e seriam logo obrigados a rever o que aprenderam. "Segundo nosso ministro de educação, Fernando Haddad, o prazo para a mudança do idioma é de três anos, com as novas regras em vigor a partir de janeiro de 2009. Creio que no curto prazo a medida irá gerar uma grande confusão, especialmente para quem acabou de ser alfabetizado e terá de reaprender a forma de grafia de algumas palavras", pondera Júlia.

O lingüista da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) Sebastião Expedito Ignácio, considera que a reforma ortográfica, nos moldes em que é proposta, tem poucos benefícios para o ensino porque é muito tímida. "Os custos da reforma serão muito maiores que os benefícios, mas não há dúvida de que ela tem suas vantagens, como a extinção de regras que já caíram em desuso. Não acho, porém, que ela merece tanto alarde porque é muito mais uma reforma política do que lingüística. Do ponto de vista do ensino, ela muda muito pouco", critica.

O professor reclama do fato dos lingüistas não terem sido consultados para propor as regras da reforma e diz que o argumento de que com a unificação da ortografia haverá estímulo ao intercâmbio é infundado. "Essa história de que a reforma vai estimular o intercâmbio é falsa, porque a reforma ortográfica - nos termos em que foi proposta - não tem nenhum indício de que irá influenciar o intercâmbio entre os países lusófonos", afirma ele.

Na opinião de Ignácio, ao contrário do que é anunciado, o interesse internacional também não tende a ser estimulado com a mudança das regras ortográficas. "O interesse por um país surge à medida que ele cresce e evolui em termos econômicos e culturais. É isso que desperta a curiosidade da comunidade internacional, não a facilidade da língua", reforça. Para validar seu argumento, o professor lembra a explosão de cursos de mandarim após o surgimento da China como potência mundial.

Cerca de 1,6% das palavras são alteradas. Os portugueses deixarão de escrever 'húmido' e usarão 'úmido'.
Consoantes mudas
Também somem o 'c' e o 'p' nas palavras em que estas letras não são pronunciadas, como em 'acção' ('ação'), 'acto' ('ato'), 'baptismo' ('batismo') e ' óptimo'('ótimo').

Alfabeto

O 'k', o 'w' e o 'y' entram no alfabeto, que passa a ter 26 letras.
Trema
O trema desaparece nas palavras em português. Só fica em palavras estrangeiras, como Hübner e Müller.

Exemplos:

Agüentar - aguentar

Lingüiça - linguiça

Acento circunflexo
O acento circunflexo desaparece em palavras com duplo 'o' e 'e', como 'vôo' e 'crêem', que passam a ser escritos voo e creem.
Acento diferencial
Pára (verbo parar) ≠ para (preposição) - para

Péla (verbo pelar) ≠ pela (combinação de per + la) - pela

Pêlo (substantivo) ≠ pelo (combinação de per + lo) - pelo

Pólo (substantivo) ≠ polo (combinação antiga de por + lo) - pólo
Hífen

O hífen some quando o segundo elemento da palavra começar com 's' ou 'r'. As consoantes passam a ser dobradas, como em 'antissemita' (atualmente 'anti-semita'), e 'contrarregra' (atualmente 'contra-regra').

Exceção: quando os prefixos terminam em 'r' se mantém o hífen. Como 'hiper-requintado' e 'super-resistente'.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

OBJETIVOS DESTE BLOG

Caros professores,

O blog da coleção Ler o Mundo-História, editora Scipione é um blog aberto, sem fins lucrativos - a autora que vos fala não recebe nenhuma remuneração para mantê-lo.

Ele foi criado para cumprir os seguintes objetivos:



a) divulgar o trabalho da coleção Ler o Mundo-História, editora Scipione da qual sou autora;


b) divulgar cursos, programas, lançamentos e sites de interesse aos educadores em geral e, particularmente, aos professores polivalentes de segundo ao quinto ano do Ensino Fundamental;


c) alimentar o trabalho dos professores na disciplina de História destinada ao Ensino Fundametal I e tudo aquilo que possa de modo interdisciplinar contribuir para a melhoria do letramento e alfabetização das crianças destes ciclos;

d) dar suporte aos professores que acreditam em nossa proposta pedagógica e adotam nossa coleção didática tanto na rede pública como particular. Nossos professores parceiros encontrarão muitas vezes indicação nos posts dos vínculos diretos com as temáticas trabalhadas nos volumes da coleção LER O MUNDO- HISTÓRIA, editora Scipione com referências às unidades e capítulos e poderão ter acesso ao material de apoio especialmente selecionado e disponibilizado em nossa biblioteca virtual;


e) finalmente, e não menos importante, o blog foi criado para receber contribuições de todos os professores que desenvolvem projetos bacanas e desejam compartilhá-los com os demais. Pois, essa autora que vos fala não aguenta mais ouvir apenas notícias ruins sobre escolas, professores e materiais didáticos e ela conhece escolas, propostas pedagógicas e muitos professores competentes, profissionais, educadores de fato e de direito que fazem a diferença no espaço escolar. Por isso se você desejar compartilhar seus projetos, seu site relacionado à História, ensino de história, educação infantil e afins, envie-nos suas contribuições para nosso mail: maria.c.car.oliveira@gmail.com


Agradecemos sua visita e adoraríamos receber seus comentários com críticas e sugestões para melhorarmos cada vez mais o nosso trabalho.
Um grande abraço
Conceição Oliveira

Nós falamos português mesmo?

CULTURA

Conheça a mistura de culturas que deu origem à "língua brasileira"

da redação

Todo mundo sabe que, no Brasil, nós falamos o português, certo?
Quase certo! Para alguns estudiosos da língua, nós falamos mesmo é o "brasileiro".
O que podemos dizer é que: o português de Portugal foi a base para o desenvolvimento do nosso idioma.
Mas... se foram os portugueses que descobriram o Brasil, por que será que nosso jeito de falar é diferente do deles?

Vamos analisar:

Quando os lusos (portugueses) aqui chegaram "deram de cara" com os índios. Deve ter sido uma confusão danada! Só depois de muita convivência eles começaram a se entender.

Depois, vieram os negros trazidos da África com mais um idioma diferente.
Até aí, já tínhamos três culturas dentro do Brasil. A dos índios, a que foi trazida pelos portugueses e a dos escravos africanos. Só pra completar essa verdadeira "omelete" vieram mais tarde os italianos, espanhóis, e muitos outros, como os japoneses, etc...
A mistura destas línguas todas deu origem à nossa "língua brasileira", cheia de influências e manias estrangeiras.


Em qual região do Brasil você mora?
Toda essa diversidade causou ainda mais um efeito: cada região do Brasil ficou com uma maneira diferente de falar. Quer ver? Pegue aí um mapa e confira:

Nordeste - Êtcha, nóis!!!
Na época da escravidão, muitos africanos foram levados para o litoral nordestino. Uma das heranças que eles deixaram no sotaque dos habitantes da região, foi a pronúncia da letra "t", que recebeu um som de "tch". Quando um nordestino desta região litorânea fala a palavra "muito", por exemplo, ele pronuncia assim: "mutcho". Já reparou?

Norte - Influência Jesuíta
Volte ao seu mapa e ache lá em cima, ao norte, a Amazônia. Veja que este Estado é vizinho de outros Estados que fazem parte do Nordeste brasileiro. No entanto, os amazonenses não falam com aquele sotaque arrastado, típico do nordestino. É que na Amazônia quase não houve a escravidão de africanos. A influência sofrida neste Estado foi a influência do tupi, que foi a língua trazida pelos jesuítas que andavam pelo país evangelizando os índios.

Minas Gerais - Uai, sô!
No século XVIII, pessoas de todos os cantos do Brasil foram para Minas Gerais. Lá era explorado o ouro. Podemos até dizer, então, que muito do sotaque do mineirinho é resultado da união dos sotaques de todas as outras regiões do Brasil.

Santos - Tu tá entendendo?
Na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em vez de falar "você" eles falam "tu". E acabamos de descobrir por quê! É que no século XVIII o litoral sul foi ocupado pelo governo português. Já ouviu algum português falar "você"? Eles só usam "tu".
Pelo jeito, eles acabaram deixando essa expressão de herança pros santistas. Entendeu?

Rio de Janeiro - Ox cariocax porrrrrrrrrrrrrrtuguesesss!
Em 1808 a família real portuguesa mudou-se para o Rio de Janeiro. Sabe quantos lusitanos foram pra lá fugindo de Napoleão? Dezesseis mil! Até então, a cidade tinha apenas 56.000 habitantes que acabaram recebendo a influência desse monte de portugueses. É esta a origem do "r" raspado na garganta e do "s" chiado que os cariocas cultivam até hoje.

São Paulo - Abre a porrrrrrrrta que a samambaia tá torrrrrrrrrrrta!
A cidade de São Paulo falava o dialeto "caipira" até o século passado. Geralmente o pessoal do interior pronuncia as palavras com o "r" bem puxado, já reparou? Porrta, porrco... Os habitantes da cidade de São Paulo só não continuaram falando assim porque acabaram recebendo influências estrangeiras. O sotaque paulistano é, hoje, resultado da combinação dos sotaques dos imigrantes italianos que chegavam na época da industrialização em busca de trabalho. Como aconteceu na novela Terra Nostra, lembra "ô meu"?

A estas diferenças no jeito de falar dentro de uma mesma língua, damos o nome de dialeto! Você já sabe qual é o seu? Então descubra...